quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Lady`s comics: HQ não é só para seu namorado



Blog feito por garotas para garotas sobre garotas realizadoras de hq, personagens femininas e tudo q diz respeito ao universo feminino no mundo das hqs.
http://www.ladyscomics.com/
Vale a pena dar uma sacada

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

The walking dead: A melhor defesa


Salvo este post para comentar minha euforia para com tal série. The walking dead é uma série em quadrinhos sobre o batido mundo de mortos-vivos, tão mastigado nos cinemas e agora muito utilizado nos quadrinhos, mas a meu ver não tão bem explorado como nesse titulo.

A principio a primeira novidade, zumbis como diz o nome são mortos vivos que caminham entre nós (na terra), então eles ainda estão mortos, e isso que dizer q eles ainda se decompõem como qualquer cadáver normal, nesse gibi isso realmente acontece. Aqui os zumbis não são rápidos, super fortes ou inteligentes em momento algum da trama, eles simplesmente desejam comer. Como falamos de uma HQ que pode se desdobrar em varias edições e não obrigatoriamente precisam contar tudo que precisam em cronometrados 120 minutos como no cinema, a intenção aqui não é infectar as pessoas (da HQ, friso) o mais rápido possível e nem se preocupar em mostrar muitos zumbis no determinado momento para economizar em outros por problemas de produção. Claro que serão encontrados os mais variados clichês do cinema, mas venhamos e convenhamos que o bom dos zumbis diz respeito justamente a relembrar alguns clichês.

Mas desconsiderando o meio cinematográfico e nos concentrando na linguagem quadrinhística encontramos uma constante muito interessante: a fomra como os balões são utilizados por todo o gibi. Quando o balão tem suas extremidades juntas com as bordas do quadrinho, estas são automaticamente apagadas, pra visualizar melhor, o quadrinho deixa de ser um quadro (quadrado ou retângulo) perfeito pra terminar justamente no ponto de encontro onde ficaria a extremidade do balão, que por sua vez só terá os seus contornos definidos na parte de dentro do quadrinho, o que nos dá uma relação direta do balão com a sarjeta, a assim por dizer com a fluidez da leitura, tanto no que diz respeito a fluidez e continuidade do diálogo como do quadrinho em si (roteiro e diagramação).

Agora entrando nos méritos do arco que titula esse post, “A melhor defesa”. Não tenho resquícios de ter lido uma seqüência de revistas que me deixassem tão agoniado no ato da leitura. Lembro sim de entusiasmo, como em “Guerra Civil” na hora que o Capitão America pula do avião, ou de tristeza em “WE3”, ou até o furor metalingüístico no gibi “Abstraction” de Shintaro Kago, e olhe que esse até merece alguma agonia. Mas o arco “A melhor defesa” contem uma história muito bem construída e trabalhada como em todos os gibis da série, porem toda a situação que ali é explorada (e o como é) despertou em mim um asco pela história, uma repulsa, tanta que eu continuei lendo aquilo compulsivamente para poder acabar logo com aquilo e entra no próximo arco. Porem, não tomem esse sentimento como algo ruim. Nos serve de exemplo o filme “Irreversivel” de Gaspar Noé, que também me trouxe esse desconforto, mas a intenção do filme é essa, ele foi feito pra isso, aquela obra (assim como esse arco) não foram feitos para agradar, mas sim para gerar esse sentimento de desconforto perante a vida, perante uma situação que provavelmente não viveremos (e acredite, esse provavelmente não desconsidera a possibilidade de um mundo pós-apocalíptico cheio de zumbis), esse é mais um lado da arte, o lado do sentir, sem a lição moral ou algo do tipo. Dessa forma vivemos um pouco mais usufruindo de experiências expostas na arte seja ela qual for.

Para finalizar quero ressaltar os pontos em questão nesse post a fim de incentivar (quem sabe?) alguma discussão. Os clichês e as novidades existentes em “The walking dead”, a utilização dos balões nessa HQ e os significados desse uso e o tormento gerado pelo arco em questão. Boa Leitura.

por Ian Abé

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

LOVELESS: TERRA SEM LEI


De Brian Azzarello e Marcelo Frusin

O que li do Brian Azzarello me chama a atenção. Desde o “100 Balas” – que sinceramente pra mim já é um clássico dos quadrinhos, uma fórmula que funcionou esteticamente e comercialmente – até a repaginação do Sargento Rock, bem executado de forma primorosa.

Quando me deparei com um quadrinho de Faroeste escrito por este, tive muito receio, pois Western não é um gênero (e estilo) fácil de trabalhar. E este, sendo um Faroeste escrito por Azzarello, poderia por todo o crédito deste pelo querido Brian. E graças aos deuses isto não aconteceu.

Loveless: Terra sem Lei é sobre Wes Cutter, um derrotado na Guerra de Secessão, que retorna à sua residência com todas as marcas e cicatrizes da guerra. Ao chegar a sua terra de direito, os ianques já estão como donos desta. Parece que o exército nortista acertou em cheio qual terra se apossar.
Sinceramente, nunca vi um antiherói do Velho Oeste tão calculista e seco como Cutter. O Homem sem Nome é o mais próximo que consigo pensar; mesmo assim perde feio. E isso já é um dos pontos fortes do roteiro: Azzarello tem muita segurança na construção de um personagem imponente como este. Outro petardo do seu roteiro são os flashbacks. Que sinceramente nem sei se encaixam nessa nomenclatura, já que os mesmos ocorrem durante uma ação presente, só que no mesmo ambiente onde se passou o tal flashback. Confuso? Leia então!

A disposição dos quadros não tem nada de inovador ou obsoleto; só o clássico mainstream do Azzarello (mas o forte dele também não é essa configuração à lá Allan Moore). As cores dessaturadas da Patricia Mulvihill são muito bonitas; os tons dos Spaghetti Westerns foram muito bem relocados para os quadrinhos. Os traços do Frusin fluem com uma naturalidade rústica e um pouco suja – e tem quadros que todos os personagens tem feições do Clint Eastwood, fantástico – completando bem o quarteto de escrita e desenho.

E, pra completar, a história ainda é foda! Me surpreendi bastante com o desenrolar dos personagens e a postura dos mesmos. Este volume vem com as edições 1 a 5; mas nos EUA foram lançadas até a edição 24 (seriam 50, mas a revista não fez sucesso, sinceramente não sei o por que). E foi tudo muito bem apresentado pela Panini – cores, caderno etc. Desembolse seu suado dinheirinho que vale muito a pena.

Não teria melhor definição que a própria sinopse da revista: “uma história brutal que combina a ação e a atmosfera de um filme dirigido por Sergio Leone [...], estrelado por Clint Eastwood e com o clima do seriado Deadwood, da HBO.” Muito cinematográfico? É. Leiam e vejam. Com prazer. Tem muita coisa que vai ficar melhor com a segunda leitura. Por isso reserve um tempinho para relê-lo. Não estou pedindo ou mandando, com certeza você vai fazer!

por Fabiano Raposo

terça-feira, 11 de maio de 2010

Arte Sequêncial Africana






Você já ouviu falar em quadrinhos africanos? Pois é, eles existem, mas, devido a fama de reduto da miséria mundial que a África carrega, sua produção artística acabou sendo subestimada pelo resto do mundo.

Vale lembrar que não estou tratando da África por causa da Copa do Mundo deste ano (por sinal, eu detesto futebol), mas o fato é que o continente negro sempre me fascinou, assim como os quadrinhos. Portanto, nada melhor do que tratar dos quadrinhos feitos na África.

Para começar, vale lembrar que falar de "quadrinhos africanos" não é fácil devido à complexidade cultural existente em um continente de dimensões tão amplas. Contudo, os quadrinhos já existem há um bom tempo na África e suas origens remontam, assim como em outros locais, às pinturas feitas em cavernas por caçadores. Há registro de que em algumas culturas negras os tronos dos reis e os templos eram decorados com imagens em sequência que narravam as façanhas de seu povo.

A tradição oral, um dos traços mais significativos da cultura africana, influenciou toda a produção gráfica do continente, que tem no conto o elo para transmitir através de gerações suas crenças e costumes. Nesse sentido, a arte sequencial, ao transmitir para o campo imagético as narrações da tradição oral, abriu novos horizontes no panorama cutural africano.

Durante os anos em que a África esteve na condição de colônia das potências européias, sua produção cultural sofreu uma drástica supressão. Nesse período, a grande questão para os africanos era a preservação de sua identidade e cultura, dentro do contexto geral de liberdade. Quando veio a independência, por volta de meados do século XX, percebeu-se a necessidade de um recomeço diante do desastre econômico, social e cultural imposto pelos europeus. No campo das artes, esse fator fez com que muitos países se tornassem co-dependentes de outros para poderem produzir.

Quanto ao tema, as HQs africanas recorrem muito aos dilemas sociais do continente. Sua veiculação se dá mais em jornais do que em revistas devido aos custos de produção.

Uma das primeiras revistas em quadrinhos produzidas na África é de autoria anônima e se chama A Vitória é Certa - Manual de Alfabetização, publicada em Angola e editada em 1968 pelo Movimento Popular de libertação de Angola. No Zaire (atual República Democrática do Congo), em 1965 apareceu o quadrinho Gento Oye, desenhado por César Sinda e Dennis Boyau, com inspiração em filmes de ação norte-americanos. Outra publicação importante é o quadrinho de caráter anticolonialista chamado Croissance, feito por volta de 1970 na República de Camarões.

Existem vários outros exemplos que posteriormente terei o prazer de citar com mais detalhes.

Entre os principais nomes do atual universo das HQs africanas estão: Farid Boudjellal (Argélia), Hector Sonon (Benin), Pahé (Gabão), Ramón Esono Ebalé (Guiné Equatorial), Didier Kassai (República Centro-Africana), Marguerite Abouet (Costa do Marfim), etc.

A criação de associações de desenhistas de HQ tem tido papel relevante na incrementação dos quadrinhos africanos. Dentre elas destacam-se a BéDAFRIKA, a AfriBD e a AfroBulles.

Para quem, assim como eu, se interessar por quadrinhos africanos acesse:
http://www.picha.nl/index.php?page=_

domingo, 9 de maio de 2010

GEHQ - UAAMI - UFCG - PB

O grupo de estudos em Histórias em Quadrinhos surgiu à cerca um ano e meio e se encontra localizado fisicamente na Unidade Acadêmica de Arte e Mídia na Universidade Federal de Campina Grande na Paraíba.

Tem como objetivos estudar tudo relacionado ao universo dos quadrinhos, concentrando especificamente em sua forma e elementos específicos com fins acadêmicos/científicos (cursos, oficinas, artigos, teorias) e práticos (realização de HQs, baseadas principalmente nos estudos realizados).

Este Blog tem a função de estender os debates gerados nas reuniões do grupo para todos interessados no meio virtual como também expor nossos trabalhos, valendo desde desenhos, a historias completas e ensaios teóricos.